O encontro mostrou que a diversidade não é motivo de afastamamento entre essas mulheres, muito pelo contrário, a diversidade possibilitou novos olhares e contribuições sobre os temas discutidos. E foi assim durante as apresentações em plenária, nos encontros nos corredores, na hora do almoço, durante o lanche e nas horas livres a noite.
Juventude dos terreiros presentes ao encontro |
Pudemos ver nesse encontro "mães e filhas de santo" unidas e as trocas entre as gerações, as nossas mais velhas trocando com as mais novas. Como bem explicitou uma das mulheres presentes: "esse encontro foi um momento de equilíbrio e harmonia, o que mostra a nossa maturidade e capacidade de negociação".
O encontro iniciou bastante provocativo quando a pesquisadora Helena Theodoro falou sobre o poder feminino na tradição religiosa de matriz africana, trazendo relatos sobre a deusa Iansã . O tema foi polêmico e provocou muito debate mostrando que as mulheres de axé estão atentas para as discussões de gênero e poder.
Helena Theodoro em sua apresentação no Mulheres de Axé |
Logo depois foi a vez de Jurema Werneck, de Criola, falar sobre o impacto do racismo na vida das mulheres, o que também provocou discussões e muitas perguntas. A Ekédi Lucia Xavier abordou a necessidade das mulheres de terreiros acompanhar e monitorar o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e a importância das mulheres de terreiro participarem da III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres que acontece nesse ano de 2011.
Jurema Werneck em apresentação no encontro |
Simone Cruz, da Rede Lai Lai Apejo, apresentou os resultados de uma pesquisa sobre as organizações negras que desenvolvem ações em HIV/Aids e as relações com o Plano de Enfretamento da Feminização da Epidemia de Aids. Aproveitou para informar que entre o movimento negro, os grupos de mulheres negras foram os mais sensíveis em incluir em suas agendas o tema HIV/Aids.
Mae Jane de Oyá e Mãe Nilce de Oyá |
Durante o encontro muita coisa foi dita, muitas questões foram levantadas, mas ao final o que ficou é a necessidade de dar continuidade a esse processo e continuar caminhando em direçao a inclusão das mulheres de terreiro nas políticas públicas. E para essa tarefa as mulheres de axé estão atentas e organizadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário