I Encontro Estadual Mulheres de Axé do Rio de Janeiro

O I Encontro Estadual Mulheres de Axé do Rio de Janeiro foi realizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2011, no município do Rio de Janeiro, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.

O evento teve como objetivos: contribuir para qualificar o ativismo das mulheres de terreiro, fortalecer e ampliar a participação das mulheres nos espaços de defesa dos direitos humanos e do controle social de políticas públicas.


Público: Mulheres de terreiros do Estado do Rio de Janeiro, Gestores de saúde e da promoção da igualdade racial

Local: Arcos Rio Palace Hotel
Avenida Mem de Sá 115 - Lapa - Centro/ RJ

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mulheres de Axé: diversidade, força e harmonia

O I Encontro Estadual Mulheres de Axé do Rio de Janeiro foi um espaço importante para vivenciar trocas de informações e refletir sobre a real situação das mulheres de terreiros. Apesar de ser um encontro estadual estavam presentes mulheres de diversas regiões do país, das diversas tradições de matriz africana: umbanda, candomblé, batuque, jurema, encantaria, tambor de mina, xangô, entre outras.

O encontro mostrou que a diversidade não é motivo de afastamamento entre essas mulheres, muito pelo contrário, a diversidade possibilitou novos olhares e contribuições sobre os temas discutidos. E foi assim durante as apresentações em plenária, nos encontros nos corredores, na hora do almoço, durante o lanche e  nas horas livres a noite. 

Juventude dos terreiros presentes ao encontro
Pudemos ver nesse encontro "mães e filhas de santo" unidas e as trocas entre as gerações, as nossas mais velhas trocando com as mais novas. Como bem explicitou uma das mulheres presentes: "esse encontro foi um momento de equilíbrio e harmonia, o que mostra a nossa maturidade e capacidade de negociação". 

O encontro iniciou bastante provocativo quando a pesquisadora Helena Theodoro falou sobre o poder feminino na tradição religiosa de matriz africana, trazendo relatos sobre a deusa Iansã . O tema foi polêmico e provocou muito debate mostrando que as mulheres de axé estão atentas para as discussões de gênero e poder.

Helena Theodoro em sua apresentação no Mulheres de Axé 

Logo depois foi a vez de Jurema Werneck, de Criola, falar sobre o impacto do racismo na vida das mulheres, o que também provocou discussões e muitas perguntas. A Ekédi Lucia Xavier abordou a necessidade das mulheres de terreiros acompanhar e monitorar o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e a importância das mulheres de terreiro  participarem da III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres que acontece nesse ano de 2011.


Jurema Werneck em apresentação no encontro

Simone Cruz, da Rede Lai Lai Apejo, apresentou os resultados de uma pesquisa sobre as organizações negras que desenvolvem ações em HIV/Aids e as relações com o Plano de Enfretamento da Feminização da Epidemia de Aids. Aproveitou para informar que entre o movimento negro, os grupos de mulheres negras foram os mais sensíveis em incluir em suas agendas o tema HIV/Aids.

 Mãe Nilce de Oyá apresentou a participação da Rede Nacional de Religiões e Saúde no Fórum Social Mundial 2011, que aconteceu em Dakar. Ela aproveitou para mostrar as parcerias que foram estabelecidas entre a Rede e outros grupos que lá estavam representados. Identificou no Forum alguns problemas como a falta de organização mas achou que  a experiência foi fundamental para a Rede.


Mae Jane de Oyá  e Mãe Nilce de Oyá

Durante o encontro muita coisa foi dita, muitas questões foram levantadas, mas ao final o que ficou é a necessidade de dar continuidade a esse processo e continuar caminhando em direçao a inclusão das mulheres de terreiro nas políticas públicas. E para essa tarefa as mulheres de axé estão atentas e organizadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário