I Encontro Estadual Mulheres de Axé do Rio de Janeiro

O I Encontro Estadual Mulheres de Axé do Rio de Janeiro foi realizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2011, no município do Rio de Janeiro, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.

O evento teve como objetivos: contribuir para qualificar o ativismo das mulheres de terreiro, fortalecer e ampliar a participação das mulheres nos espaços de defesa dos direitos humanos e do controle social de políticas públicas.


Público: Mulheres de terreiros do Estado do Rio de Janeiro, Gestores de saúde e da promoção da igualdade racial

Local: Arcos Rio Palace Hotel
Avenida Mem de Sá 115 - Lapa - Centro/ RJ

domingo, 23 de janeiro de 2011

Mulheres de axé, racismo e intolerância religiosa

O racismo é considerado uma das questões estruturantes da sociedade brasileira, produzindo desigualdades e exclusão.
Cabe aqui perguntar como essa idelogia construída historicamente sobre a população negra interfere nas ações de saúde e na garantia do direito humano à saúde?

Podemos entender que sendo o racismo uma ideologia que determina a superioridade de uma raça sobre a outra, certamente vai estabelecer também relações diferenciadas de poder, de privilégios e de cuidados que se estabelecem na prerrogativa de características negativas  que justificam o tratamento desigual e a desatenção dos “ grupos considerados inferiores”.

Por outro lado a opressão contra as mulheres tem também produzido exclusão, discriminação e violência para as mulheres, especialmente para as mulheres negras.  

Em nossa sociedade as mulheres negras estão sujeitas a múltiplas discriminações em conseqüência do racismo, do sexismo, da orientação sexual, de pertencimento a uma determinada classe social, religião, etc. No caso especifico das mulheres de terreiros(adeptas das religiões afro-brasileiras), que em sua maioria são mulheres negras, pobres, com baixa escolaridade, além desses fatores podemos  acrescentar um outro componente: a intolerância religiosa, que tem dificultado o diálogo e o acesso dessas mulheres aos equipamentos sociais, assim como a inserção delas nos espaços de decisões políticas.
Foi pensando nessas desigualdades e inequidades que a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde criou o GT Mulheres de Axé com a finalidade de estimular o protagonismo das mulheres de terreiros tendo como referência a história das ialodês e ialaxés, mulheres africanas e da tradição religiosa de matriz africana que comandam suas comunidades e orientam as decisões político-comunitárias.

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